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Quando os sentimentos se tornam um problema?


Algumas pessoas chegam no consultório questionando sua forma de sentir; enquanto que algumas pedem para “apagar” um sentimento por acharem que sentem demais, outras se queixam da dificuldade em sentir. Outras pessoas trazem como queixa a forma de sentir do outro; reclamam do companheiro(a) que tem dificuldade de expressar sentimento, outros reclamam que o companheiro(a) demonstra demais deixando-os “sufocados”.

Independentemente do tipo de questionamento, quando se trata de sentimento, estamos falando do que é inerente ao ser humano e é o que dá tempero na vida (juntamente das emoções e do humor), esse tempero pode ser na medida certa, pode estar exagerado ou, como diz coloquialmente, “sem sal, sem açúcar”.

De um modo geral, as pessoas classificam sentimentos em duas modalidades: ruins e bons. Quando na verdade, não existe sentimentos ruins e bons e sim, sentimentos que são agradáveis de sentir e sentimentos que são desagradáveis de sentir. O que faz com que o sentimento seja ruim ou bom, é a forma como a pessoa vai lidar com aquele sentimento.

Não existe alguém que não sinta nada, e sim pessoas com dificuldade de perceber e nomear seus sentimentos. Muitas doenças psicossomáticas vem justamente da dificuldade da pessoa perceber e nomear aquilo que ela sente diante das situações da vida. É comum também, em casos de depressão grave a pessoa deixar de sentir, sendo um dos sintomas desse transtorno mental.

Um fenômeno muito atual é a demanda de “não sentir nada”, muitas pessoas que fazem abuso de medicação, se automedicam, abuso de álcool e de outras substâncias psicoativas, procuram o “não sentir”, procuram o anestesiamento da mente para que não sintam nada. Algumas demandas de tratamento também vão para essa via: me ajude a não ter mais X sentimento. Quando a demanda de tratamento deveria ser: me ajude a lidar com X sentimento.

E quando os sentimentos se tornam patológicos (doentios)? Os sentimentos se tornam patológicos dependendo da intensidade, se são duradouros ou recorrentes, a ponto de interferirem na saúde física e psicológica, trazendo prejuízos nas diversas áreas da vida. Alguns exemplos:

  • Tristeza x Depressão: tristeza é normal e inevitável, depressão a pessoa perde o colorido da vida;

  • Alegria x Euforia: alegria é acompanhada por uma sensação de bem estar, euforia incomoda a quem está perto, e muitas vezes leva a pessoa a ter comportamentos com mania de grandeza, gastos compulsivos e superexposição;

  • Medo x Pânico: medo muitas vezes é protetor e não impede a vida, pânico é um medo irracional e a pessoa se limita na vida;

  • Raiva x Ódio: raiva faz parte da vida e muitas vezes é importante senti-la por ser uma forma de posicionamento, ódio cega e causa rancor;

Em todos os casos, a psicoterapia/psicanálise é fundamental, pois ajuda a pessoa a: perceber, nomear, expressar e lidar com o sentimento. E em alguns casos, se faz necessário o tratamento em conjunto com o psiquiatra, a medicação + psicoterapia/análise.

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