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Porque meu filho com suspeita de TDAH foi encaminhado para a avaliação neuropsicológica?


Criança com TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem como principais sintomas desatenção excessiva, inquietação e hiperatividade. Seus sintomas surgem na infância e, ainda que diminuam com o tempo, algumas dificuldades podem permanecer até a fase adulta. Já na infância o TDAH pode acarretar prejuízos como menor desempenho em atividades escolares, dificuldades de comportamento, problemas de relacionamento com os colegas ou em casa e outros. Na fase adulta, pessoas com o transtorno apresentam mais chance de ter um menor nível de escolaridade, maior envolvimento com acidentes de trânsito, abuso de drogas e divórcio.

Para evitar que pessoas com TDAH venham a apresentar esses e outros prejuízos, o transtorno deve ser reconhecido e devidamente tratado ou conduzido, o mais brevemente possível. Mas estabelecer um diagnóstico de TDH não é uma tarefa simples! Todas as crianças são, em algum nível, inquietas, desatentas e impulsivas e isso não quer dizer que elas apresentem TDAH. Além disso, o TDAH pode ser confundido ou estar associado a outros transtornos psiquiátricos. Para chegar a um diagnóstico de TDAH, é necessária uma avaliação sobre vários aspectos da vida da criança, por vezes dependendo de informações subjetivas, como o relato dos pais ou da escola. Para esse motivo, há uma grande gama de técnicas e instrumentos, que podem ser utilizados no intuito de enriquecer o processo avaliativo e diagnóstico. É aí que entra o papel do neuropsicólogo.

É muito comum que crianças com suspeita de TDAH sejam encaminhadas para uma avaliação neuropsicológica antes de se estabelecer o diagnóstico. A avaliação neuropsicológica permite identificar se a criança possui dificuldades maiores que outras crianças de sua idade em determinadas funções cognitivas e se essas dificuldades poderiam estar associadas ao TDAH. Capacidades de planejamento, administração do tempo e de espera por recompensas tardias (as chamadas funções executivas) são exemplos de funções normalmente prejudicadas nas crianças com TDAH. A avaliação neuropsicológica permite identificar esses prejuízos e, portanto, auxiliar o médico a confirmar ou excluir essa hipótese diagnóstica. Além disso, o neuropsicólogo poderá, a partir das dificuldades identificadas na avaliação, orientar pais e escola quanto a condutas e tratamentos adequados para a criança.

Com o tratamento adequado, boa parte das crianças chega à fase adulta com menos dificuldades e melhor adaptada aos ambientes em que vive. Quanto mais cedo de estabelecer o diagnóstico, maior a possibilidade de evitar ou reduzir prejuízos. Se você é pai de uma criança com suspeita de TDAH e foi orientado a levar seu filho para uma avaliação neuropsicológica, pode agora compreender o papel desse processo na avaliação diagnóstica de seu filho. Ficou com alguma dúvida ou gostaria de fazer algum comentário? Deixe uma mensagem para a gente, será um prazer respondê-lo!

 

Referências:

Capovilla, Alessandra Gotuzo Seabra; Assef, Ellen Carolina dos Santos; Cozza, Heitor Francisco Pinto. Avaliação neuropsicológica das funções executivas e relação com desatenção e hiperatividade. Aval. psicol. Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 51-60, jun. 2007

Dias Fuentes, Daniel; Malloy-Diniz, Leandro Fernandes; Camargo Candida H. Pires. Neuropsicologia – Teoria e Prática – 2a Ed. 2014

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